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quarta-feira, 2 de janeiro de 2013


HISTÓRIA DA ESTRATIGRAFIA

  Estratigrafia é um ramo da geologia que estuda as camadas sedimentares depositadas à superfície da Terra, procurando determinar as relações existentes entre si e os fenómenos que lhes deram origem. A análise dos estratos permite revelar a origem dos sedimentos, como as modalidades do seu depósito, mas também fundamentar uma cronologia da história geológica da Terra, que serve de referência temporal não apenas à geologia, mas também a outras áreas como a paleontologia.



Amadeus Grabau


A estratigrafia é uma ciência recente. O primeiro livro de conhecimentos sobre a estratigrafia foi publicado em 1913 por Amadeus  William Grabau  (1870-1946). Amadeus William Grabau, foi o pai da geologia chinesa, que desenvolveu um projecto designado por “  Mollusca Cretácicos do norte da China", em 1923.   Grabau foi também o primeiro a utilizar o nome «fauna de Jehol», enquanto estudava a estratigrafia Mesozóica da China, em 1928.





      Porém Amadeus não foi o único homem relevante para a história da estratigrafia:

Nicolaus Steno

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       Nicolaus Steno  (1638-1686), foi o primeiro homem a definir um estrato como unidade de tempo, definindo este como limitado por superfícies horizontais com continuidade lateral. Definindo asim o Principio da Sobreposição,   este princípio diz que numa sequência estratigráfica não deformada, um estrato mais recente sobrepõe-se a um estrato mais antigo. Os estratos serão tanto mais antigos, quanto mais profundos se encontrarem e tanto mais recentes quanto mais superiormente se encontrarem na superfície estratigráfica. Steno desenvolveu ainda outras ideias, tais como, os estratos que se depositam originalmente de forma horizontal e as outras superfícies de estratificação são lateralmente contínuas, o que constituí a base do Principio da Horizontalidade Original e Continuidade Lateral dos Estratos.



·        Anton Lazzaro Moro  (1687-1764), estabeleceu uma diferença estratigráfica entre os materiais da superfície terrestre e o que poderia ser considerada a primeira existente. Anton distinguiu as montanhas de rochas massivas não estratificadas das montanhas mais recentes que as anteriores mas formadas por rochas estratificadas.


Giovanni Arduino
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       Giovanni Arduino  (1687-1764), fundador da estratigrafia e considerado como o “pai da geologia em Itália”. Arduino, foi quem desenvolveu a primeira classificação de tempo geológico. Em 1735, Arduino dividiu a história da terra em quatro períodos diferentes: Primitivo ou primário (rochas não estratificadas e sem fosseis), secundário (rochas estratificadas, com fosseis), terciário (formados por restos das anteriores e perto das mesmas) e vulcânico ou quaternário.



Abraham Werner
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     Abraham Gottlob Werner  (1749-1817), foi também o responsável pela teoria controversa neptunista, defendendo e uma teoria explicativa da origem das rochas por precipitação química dos mares. Um ponto de vista mais fechado da estratigrafia porpocionou a Werner privilégios na aplicação duma divisão de materiais, baseada na de Lehmann e na utilização do termo “formação”pela primeira vez, para apelidar conjuntos de rochas estratificadas. Sobrevalorizou a utilidade da correlação litostatigráfica, a partir da ideia errada de considerar as formações numa extensão global.



      


   
James Hutton

 James Hutton  (1726-1797), geólogo, químico e naturalista escocês, foi considerado o pai da geologia moderna, desenvolvendo uma teoria que dizia que, na terra como um corpo em desenvolvimento, onde as rochas estavam em constante erosão e que os produtos deste processo eram transportados pelas águas através dos oceanos, onde se depositavam posteriormente, e, por fim, formam novos sedimentos estratificados. Estes sedimentos estratificados quando consolidam dão lugar a rochas, as quais podiam elevar-se e iniciar um novo ciclo (processo de erosão). O maior feito que Hutton desenvolveu, foi a teoria do uniformitarismo, que actualmente constituem um dos princípios fundamentais da estratigrafia, foram aceites pela comunidade científica quarenta anos depois da sua morte. Hutton foi o primeiro autor que interpretou correctamente uma discordância angular.     



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John Playfair

     John Playfair  (1748-1819), matemático e geólogo escocês, desenvolveu as suas ideias baseando-se nas teorias de James Hutton, escrevendo um livro, intitulado de “Illustrations of the Huttonian Theory”. Playfar reuniu as observações e conclusões do mestre nesta obra bem organizada. Playfair descreveu a famosa discordância angular, na qual os sedimentos mais antigos (silúricos) depositaram-se num fundo submarino com estratificação subhorizontal. Dando-se depois a erosão dos sedimentos, com formação de uma superfície de nivelamento, sobre a qual se vem depositar os grés continental do devónico em estratos subhorizontais (como a erosão e a sedimentação são lentas levam a querer que foi necessário muito tempo).






·        William Smith  (1769-1839), geólogo britânico, considerado o “pai da geologia inglesa”. Smith foi o primeiro a desenvolver um mapa geológico detalhado de Inglaterra, designado por “The Map That Changed The Word”. Smith teve uma notável contribuição ao demonstrar uma constante sequência em formações geológicas com áreas relativamente grandes. Para cada formação havia uma continuidade lateral que permite diferencia-la no mapa. Outra importante contribuição foi demonstrar que cada grupo de estratos caracterizados pelas mesmas associações de fósseis é da mesma idade relativa, caracterizando se assim o principio da correlação estratigráfica ou identidade paleontológica.




Georges Cuvier

    Georges Cuvier  (1769-1832) e Alexandre Brongniart  (1770-1847), paleontólogos franceses,  estudaram os materiais terciários da bacia de Paris aplicando a metodologia de Smith e reconhecendo as diferentes associações de fósseis, em ambientes marinhos e lacustres. Ambos estabeleceram as bases do que actualmente conhecemos como Bioestratigrafía.



Alexandre Brongniart






  




    

   Assim concluindo uma breve História da estratigrafia e as personagens mais relevantes para a sua história.   
  
  
      http://pt.wikipedia.org/wiki/Estratigrafia
      http://estratpalo.blogspot.pt/2010/10/estratigrafia-estudo-e-historia.html
      

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012



Silúrico


   Este período está compreendido entre os 443,7 a 416 Ma. Pertence à Era do Paleozóico, Eon Fanerozóico. Sendo o terceiro período do Paleozóico, procede o Ordovícico e antecede o Devónico. Divide-se em 3 épocas: Inferior, Médio e Superior. Tendo a época Inferior as idades: Rhudaniano, Aeroniano e Telychiano, A Média: Sheinwoodiano e Homeriano. E a Superior: Gorstiano, Ludfordiano e Pridoliano.


Orogenia/fases tectónicas e evolução paleogeográfica
   A Paleo-Laurência e a Báltica colidiram, consequentemente, o oceano Iapetus. A actividade vulcânica era muito reduzida, apesar de haver importantes movimentos tectónicos.  Esta colisão foi precedida em muitas zonas pela obducção de arcos insulares marginais, do que resultou a formação das cadeias montanhosas caledónica (na escandinávia, Grã-Bretanha e Groenlândia) e Apalachiana (na periferia oriental da América do Norte). Foram as orogenias Caledónica e Apalachiana.
   Foi também a meio do Paleozóico que se estabeleceram riftes entre a China do Norte e do Sul e a margem indo-australiana da Gondwana, tendo-se as Chinas deslocado para norte através do oceano Paleo-Tethys.




Evolução climática
   O silúrico testemunhou uma estabilização relativa do clima geral da Terra. Um resultado destas mudanças foi o derretimento das formações glaciais, isto contribuiu para um aumento nos níveis dos mares principais.



Evolução biológica/organismos característicos
   Os recifes de coral tiveram inicio durante este período e o siluriano foi também um período importante na evolução dos peixes, com o aparecimento dos peixes com mandíbulas. É também neste período que aparece a primeira demonstração de vida no meio terrestre, espécies de aranhas e de centopeias, também os fósseis mais antigos de plantas vasculares.

Registo em Portugal
   Existem fósseis de trilobites num sinclinal do Buçaco e em Sazes, Guarda.

   Encontram-se fósseis de graptólitos em Barrancos, Valongo, 

Portalegre e Dornes.Há registo de conodontes em Moncorvo.

   Há também registos do Silúrico em Ribeira de Pena, norte de Portugal.




Cretácico

   Este Período está compreendido entre os145,5 e os 65,5 Ma. É o último Período Era do Mesozóico, Eon Fanerozóico. Divede-se em duas Épocas a Inferior e a Superior. Tendo a Época Inferior as idades: Berriasiano, Valanginiano, Hauteriviano, Barremiano, Aptiano e Albiano. Na Superior temos: Cenomaniano, Turoniano, Coniaciano, Santoniano, Campaniano e Maastrichtiano.



Orogenia
Deu-se a orogenia do Este da Gronolândia, de Caledonian, de Famatinian, e de Alice Spings.


Fases tectónicas e evolução paleogeográfica e evolução climática
No Cretácico inferior a área coberta pelas águas era muito extensa, o norte da América estava dividido em dois, por um mar que se unia ao oceano Atlântico e ao oceano Árctico; a Europa não passava de um pequeno arquipélago. O clima nas latitudes mais altas era muito mais temperado do que actualmente.
O Cretácico superior foi uma época de grandes mudanças: os continentes que se haviam fundido no permiano e começo do Triássico, agora distanciavam-se entre si aos poucos e o clima alterava-se. As estações do ano passaram a ser as actuais. A maior mudança verificou-se ao nível da vegetação: No hemisfério Norte, os vegetais de clima quente e temperado espalhavam-se por grande parte do norte europeu, Sibéria e América do norte. Nessas regiões eram comuns carvalhos, choupos, nogueiras, Hicórias e magnólias. No final deste período alguns pinheiros e palmeiras foram surgindo.As plantas subtropicais desenvolviam-se um pouco mais a sul. No hemisfério sul o clima e os vegetais variavam menos.
   



Evolução biológica/organismos característicos
Durante o Cretácico, os dinossauros alcançam seu auge.
No fim do período ocorreu a extinção em massa desses grandes répteis e de diversas espécies de animais da Terra (cerca de 60% deles foi extinto).
Durante o Cretácico há a proliferação das plantas com flores e após a extinção dos dinossauros houve a proliferação dos mamíferos placentários e surgimento da erva e das plantas rasteiras.


Extinção do Cretácico
No fim do período ocorreu a extinção em massa desses grandes répteis e de diversas espécies de animais da Terra (cerca de 60% deles foi extinto).
As classes mais afetadas foram a dos répteis e a dos moluscos. Segue-se uma lista dos grupos que se extinguiram no final do Cretáceo:
·        Dinossauros: foram as principais vítimas da extinção K-T; quase todo o grupo desapareceu da Terra, com exceção apenas das aves, das quais foram extintas as ordens enantiornithes e hesperornithiformes. Entretanto a longa escala de evolução que ocorreu nos últimos milhões de anos apagou a maior parte das semelhanças morfológicas externas que deveriam existir entre as aves atuais e os dinossauros;
·        Plesiossauros
·        Pterossauros
·        Mosassauros
·        Rudistas
·        Amonites
·        Belemnites


Teorias de Extinção
Existem mais de dez teorias sobre as causas da extinção cretácico, mas nenhuma se mostra completamente irrefutável e consensualmente reconhecida pela comunidade científica atual.

·        Impacto de asteróide com a Terra;

·        Chuva de cometas;

·        Vulcanismo maciço;

·        Alterações climáticas;

·        Duas catástrofes distintas.



Registo em Portugal
·        O Cretácico Inferior encontra-se representado na Zona Sul Portuguesa, com rochas como xistos e grauvaques.
·        Foram descobertos alguns dentes e ossos fósseis do dinossáurio Iguanodon Sp, do Cretácico Inferior, na zona do Cabo Espichel. Alguns destes fósseis de iguanodonte podem ser vistos no Museu Geológico, em Lisboa.








                                                  Princípios Fundamentais da Estratigrafia
   

              
               Para tornar possível a datação de estratos e associações/correlações entre
            estratos distantes, foram formulados princípios básicos sob os quais a 
            estratigrafia se rege:

1.      Princípio do Uniformitarismo (actualismo). 
 Trata-se de um conceito desenvolvido por James Hutton no final do século XVII que contraria as idéias até então dominantes de grandes catástrofes sobrepondo-se as leis naturais.  

Diferentemente de seus predecessores, James Hutton sempre citava observações verificáveis.

"Desde o topo da montanha à praia do mar...tudo está em estado de mudanças... Este mundo é, assim, destruído em uma parte, mas é renovado em outra".

O fundamental das suas ideias é conhecido como "Princípio do Uniformitarismo" - O Presente é a chave do Passado.





      2.      Princípio da Sobreposição:   
  Este princípio diz que numa sequência estratigráfica não deformada, um estrato mais recente sobrepõe-se a um estrato mais antigo. Os estratos serão tanto mais antigos, quanto mais profundos se encontrarem e tanto mais recentes quanto mais superiormente se encontrarem na superfície estratigráfica.





  
    Necessidades de recorrer a critérios de polaridade:
.Organismos em posição devida;

· Marcas de raízes;

· Icnofósseis;

· Granotriagem;

· Figuras geopéticas;
· Figuras sedimentares;
· Análise microtectónica.



                                           
                         


3. Princípio da relação intrusão: 
  Princípio de cronologia relativa que estabelece que o corpo rochoso intrusivo e a falha,  são mais modernos que as rochas atravessadas ou fracturadas.

Assim,  quando uma intrusão magmática atravessa rochas,  ou uma falha corta outras rochas, conclui-se que a intrusão ou a falha são mais modernas que as rochas atravessadas ou cortadas.







4.   Princípio da horizontalidade:
      Os sedimentos depositam-se originalmente em camadas horizontais, pelo que, qualquer fenómeno que altere essa horizontalidade é sempre posterior à sedimentação. Numa sequência deformada pode não ser possível aplicar o princípio da sobreposição.





5. Princípio da Continuidade Lateral: 
 Estratos que originalmente se estendem sobre todas as direcções até que a sua espessura chegue a zero, ou então, até encontrarem os limites da sua área original ou bacia de deposição.








6. Princípio da Identidade Paleontológica:
  Dos princípios utilizados na datação relativa dos estratos,  o princípio da identidade paleontológica admite que,  nos estratos,  os grupos de fósseis surgem numa ordem definida,  podendo reconhecer-se um determinado período de tempo geológico pelas características dos fósseis. Camadas que possuem o mesmo conjunto de fósseis de idade pode ser atribuída a mesma idade.





http://apontamentosdeestratigrafia.wordpress.com/2010/10/06/principios-fundamentais-da-estratigrafia/
http://www.slideshare.net/anabzizou/tempo-geologico
http://gondwana2008.blogspot.pt/2008/10/princpios-fundamentais-da-estratigrafia.html
http://www.slideshare.net/catir/princpios-estratigrficos